ROYALTIES DE PETRÓLEO IMPULSIONAM CRESCIMENTO DA ARRECADAÇÃO EM 2017
A alta na produção e no preço internacional do petróleo contribuiu com o crescimento da arrecadação federal em 2017 por meio do aumento no pagamento de royalties.
De janeiro a abril, segundo os dados mais recentes da Receita, a arrecadação federal acumula alta de 0,65% acima da inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A arrecadação das receitas não administradas pela Receita Federal praticamente dobrou, passando de R$ 7,1 bilhões nos quatro primeiros meses do ano passado para R$ 14,4 bilhões no mesmo período deste ano. Em valores corrigidos pelo IPCA, o crescimento chega a 93,3%.
Se considerados apenas os recursos recolhidos pela Receita Federal, a arrecadação cresceu 3,74% em valores nominais, de R$ 416,8 bilhões para R$ 432,4 bilhões. Ao descontar o IPCA, no entanto, houve queda de 0,93% em relação ao primeiro quadrimestre de 2016.
De acordo com a Receita Federal, a alta nas receitas não administradas está quase totalmente relacionada ao aumento do pagamento de royalties de petróleo. “A arrecadação dos royalties de petróleo, que está crescendo desde o início do ano, veio bastante expressiva em abril”, diz o chefe do Centro de Estudos Tributários da Receita Federal, Claudemir Malaquias. Nem a Receita nem o Tesouro Nacional divulgam números separados da arrecadação de royalties.
O bom desempenho do setor petroleiro fez o Ministério do Planejamento elevar a projeção, para este ano, das receitas de cota parte de compensações financeiras, rubrica que engloba o pagamento de royalties. Segundo a versão mais recente do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento com estimativas para o Orçamento divulgado no fim de maio, a previsão para 2017 passou de R$ 35,9 bilhões para R$ 37,9 bilhões.
O bom desempenho do pagamento de royalties é resultado da combinação de preços favoráveis e aumento da produção. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a produção atingiu 2,5 milhões de barris diários em abril. Apesar da redução de 0,4% em relação a março, o volume é 10,9% maior que o registrado em abril do ano passado. Parte da retomada tem a ver com a reativação de poços de petróleo parados para manutenção nos últimos anos.
Os preços internacionais também têm ajudado. De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, de janeiro a maio os preços do petróleo bruto acumulam alta de 68% em relação aos cinco primeiros meses do ano passado. Beneficiadas pelo cenário atual, as exportações de petróleo e derivados totalizaram US$ 9,2 bilhões nos cinco primeiros meses do ano, mais que o dobro dos US$ 4,3 bilhões embarcados no mesmo período de 2016.
Fonte: O Petróleo
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