RPR News | COLUNA DO EMPRESÁRIO | Conhecimento é causa. Oportunidades e negócios, consequências.
LUIZ FERNANDO BASTOS é Diretor de Comunicação e Marketing na Rede Petro Rio e Sócio-Diretor na Ágil Consultoria e Treinamento, Professor na FGV e Live University, atua com Gestão Financeira, Comercial, Estratégia Empresarial e Processos.
As palavras “retomada” e “oportunidades” têm sido frequentemente utilizadas para entusiasmar empresários e empreendedores neste momento tão difícil. Talvez alguns vislumbrem que estejam sendo escritas somente por otimistas, mas a realidade aponta que existem claros motivos para acreditar que vivamos este momento.
Segundo matéria do G1, em julho/2020, o PIB de maio apresentou alta de 0,7%. Em apresentação recente da Firjan e confirmado pelo IBGE, a indústria teve fortes quedas nos primeiros meses do ano, mas cresceu 7% em maio, longe de recuperar as perdas, mas já mostrando cenário de recuperação. O PIB de 2020 tinha uma estimativa negativa acima de 10%, e hoje se fala algo acima de 5%, ou seja, uma projeção um pouco mais animadora.
Os motivos para estes números com características de “retomada” e “oportunidades” são, em muitos casos, a volta de demanda em vários mercados internos e externos, de uma economia que praticamente parou entre março e abril. As pessoas voltaram a consumir, ainda que timidamente, contratos assinados antes da pandemia estão sendo retirados das gavetas, e dentro de um momento de forte inatividade o simples gotejar de alguns trabalhos apresenta dados positivos. Isto não demonstra recuperação no curto prazo e perspectivas que retomemos as projeções de crescimento feitas em janeiro de 2020. Porém, representa uma boa chance de encaixarmos as nossas expertises e negócios neste momento em que as atividades estão retornando.
A conta para esta visão otimista, sem ser fantasiosa, é fácil. Como escrevi, a volta de demanda, de contratos que precisam ser entregues, de novas tecnologias entrantes, de novos procedimentos necessários para todos os segmentos, entre outros. Como exemplos, temos o descomissionamento naval e construção de submarinos em Itaguaí no Rio de Janeiro, a iminente chegada do 5G, os procedimentos sanitários obrigatórios para que muitas atividades funcionem, o turismo interno se aquecendo com o desejo das pessoas por terem alguns momentos de lazer e a certeza que muitos dos fornecedores para todos estes segmentos, infelizmente, já não existam. Fecharam por falta de estruturação, crédito e capital intelectual. Na ausência deles, no suprimento desta cadeia, quem irá passar a fornecer? Não precisamos nos exercitar muito para entendermos que muitas cadeias produtivas estão carentes de novos fornecedores e prestadores de serviços. Novos, com menores custos e mais qualidades.
Conquistar este espaço requer buscar capital intelectual. Conhecer novas práticas, processos, modelos produtivos, tecnologias, aperfeiçoar a comunicação com o mercado e a negociação.
Trabalhamos neste meio há mais de 5 anos e temos acompanhado as mudanças nos mercados, mas percebemos que várias empresas seguem ignorando a necessidade de fazerem este investimento de adequar as suas atividades e posicionamento perante as oportunidades. Esta mudança foi acelerada pela pandemia, mas qualidade, custos e relacionamento entre empresas e colaboradores já estavam no horizonte há muito tempo.
O tempo para se adaptar e largar nesta disputa é agora. A regra é adquirir, como disse, capital intelectual. As demais necessidades, como dinheiro, são consequência.
Acredite que as oportunidades dentro desta retomada existem, e estão passando neste momento por todos nós.